Uma das áreas da tecnologia mais promissoras na agricultura é a de inteligência artificial. Com as elevadas taxas de crescimento da população, as inovações tecnológicas são a aposta mais segura para garantir produção suficiente e com qualidade para alimentar a humanidade. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 9 bilhões de pessoas habitarão o mundo em 2050, o que significa que teremos de melhorar a produção de alimentos em 70%. “É preciso otimizar os processos na agricultura”, diz Arie Halpern, economista e empreendedor com foco em inovação e tecnologias disruptivas, “inserindo a tecnologia nas técnicas de cultivo”, completa.
Essa prática é de extrema importância, pois quase não há mais espaço físico para plantar. Cerca de 40% do terreno no mundo é dedicado à colheita, o restante é ocupado por espaços desérticos, florestas tropicais ou regiões geladas como a Antártica. Algumas soluções já começaram a aparecer. Na Austrália, cientistas construíram em uma região desértica a fazenda Sundrop, que funciona como uma estufa, retirando energia do sol e trazendo água do mar por cerca de dois quilômetros para a irrigação das plantas. Para que a fazenda consiga funcionar corretamente, os pesquisadores precisaram utilizar uma série de tecnologias, a começar pela captação de energia solar até o transporte de água, comenta Arie Halpern.
Na área de inteligência artificial, a empresa Infosys criou um software de fonte aberta para monitorar as necessidades e qualidades das plantas. O sistema funciona com sensores que monitoram as plantas em tempo real. Com métodos de machine learning (aprendizado de máquina), os sensores podem ainda antecipar as futuras necessidades da planta, alertando os fazendeiros a mudar quantidade de água, nutrientes etc. A realidade aumentada também pode ser usada para que a plantação seja monitorada de qualquer lugar do mundo.
No Japão, uma fazenda de pepinos começou a utilizar a técnica de aprendizado de máquina para separar os frutos em nove tipos diferentes de classificação. O trabalho que, manualmente, demoraria até oito horas por dia, pode ser feito em poucos minutos pelo computador. O criador do projeto, Makoto Koike, diz que tudo ainda está em fase de testes e que a máquina precisa de mais repetições para melhorar seu desempenho, que está em 70%.
Outra solução que utiliza a inteligência artificial é o PlantVillage. O aplicativo permite que fazendeiros tirem fotos de suas plantas e compartilhem suas dúvidas com uma comunidade online internacional, o que é útil para identificar doenças e as necessidades de cada plantação. Com a IA, os desenvolvedores esperam que o processo seja acelerado. Atualmente, os algoritmos desenvolvidos pela equipe conseguem acertar entre 30% e 40% das doenças que afetam as plantas apresentadas. “Esses são exemplos de um processo que está começando agora, mas que alterará positivamente a maneira como cultivamos nossos alimentos, com melhor qualidade e menos desperdício”, diz Arie Halpern.
Disponível em: http://www.ariehalpern.com.br/ia-esta-servico-da-ia-esta-servico-da-agricultura-diz-arie-halpern/
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